MCTESTP CRIA ANEP PARA
REFORMAR ENSINO TÉCNICO PROFESSIONAL NO PAÍS
Maputo, 16 Mar (AIM) – O Ministério
da Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico Professional (MCTESTP),
anunciou hoje, em Maputo, a criação de uma entidade, denominada Autoridade
Nacional de Educação Professional (ANEP) com vista a implementar profundas mudanças
no ensino técnico-profissional e regular a sua gestão em Moçambique.
A informação foi tornada pública
durante um seminário que contou com a presença de diversos empresários,
potenciais empregadores, que tomaram conhecimento que o grande objectivo da ANEP
é zelar por todas as instituições públicas e privadas que ministram o ensino técnico
profissional.
A reforma prevê muitas diretrizes,
entre as quais, a introdução de novos módulos de certificação dos formandos, a eliminação
dos cursos em detrimento de qualificações, a eliminação das disciplinas para a
entrada Unidades de Competência Padrão (UCP).
O MCTESTP prevê ainda a criação de
um Sistema Nacional de Educação Professional (SNEP) que vai possibilitar que
apenas a ANEP emita os certificados de habilitações para todas as instituições de
formação profissional do país, ou seja, as escolas e centros de formação não terão
mais autoridade para certificar os formandos. Para a obtenção do certificado de
habilitações literárias os estudantes deverão passar por um teste ao nível da
ANEP.
A direcção do ANEP será composta
por membros do governo, através dos Ministérios do Trabalho, Emprego e Segurança
Social (MITESS) e MCTESTP, sindicatos de empresários e sociedade civil.
Falando durante o seminário o
mais alto quadro do MCTESTP, Jorge Nhambiu, sublinhou que o governo tem vindo a
efectuar uma profunda restruturação do ensino técnico-profissional, com vista a
integração de componentes indispensáveis como integração, coerência e
flexibilidade.
‘’O nosso objectivo é direcionar
o nosso ensino profissional com vista a responder a demanda do mercado, ou
seja, queremos ter um currículo de formação técnica que garanta a
empregabilidade dos formandos, garanta que os jovens não se formem em cursos
que não tenham nenhuma mais valia’’, explicou o ministro.
‘’a ligacao entre a educação profissional
e a industria é vista como principal garantia de uma fomacao de qualidade e relevância.
Não se circunscreve apenas ao desenho curricular, mas, também, ao processo de definição
de prioridades e estratégias para assegurar o alinhamento das ofertas
formativas com a realidade do mundo laboral, em particular, e da economia
nacional, como um todo’’, acrescentou Nhambiu.
O dirigente sublinhou ainda que
varias plataformas, de ordem legal, já foram estabelecidas para a implementação
das reformas do ensino técnico profissional no país.
Por seu turno, o vice presidente
das Confederações Económicas de Moçambique (CTA), Rui Monteiro, manifestou a
sua satisfação com o novo modelo, afirmando que poderá responder
equilibradamente a demanda de recursos humanos por parte das entidades
empregadoras.
‘’Temos uma demanda crescente de
recursos humanos no país, os actuais perfis curriculares não respodem a esta
crescente necessidade do mercado. Esta nova ferramenta poderá trazer esta
resposta que o sector empresarial tanto
anseia. Por isso, estamos envolvidos no processo, em coordenação com o governo’’,
asseverou Monteiro.
Moçambique conta actualmente com
mais de 160 escolas de formação técnico profissional distribuídos por todo o
país, embora, 45 por cento estejam concentradas na cidade de Maputo.
Jeremias Chemane (JC)
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