quarta-feira, 16 de março de 2016

ENSINO TÉCNICO PROFESSIONAL SUBMETIDO À REFORMA RADICAL


MCTESTP CRIA ANEP PARA REFORMAR ENSINO TÉCNICO PROFESSIONAL NO PAÍS
  
Maputo, 16 Mar (AIM) – O Ministério da Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico Professional (MCTESTP), anunciou hoje, em Maputo, a criação de uma entidade, denominada Autoridade Nacional de Educação Professional (ANEP) com vista a implementar profundas mudanças no ensino técnico-profissional e regular a sua gestão em Moçambique.

A informação foi tornada pública durante um seminário que contou com a presença de diversos empresários, potenciais empregadores, que tomaram conhecimento que o grande objectivo da ANEP é zelar por todas as instituições públicas e privadas que ministram o ensino técnico profissional.

A reforma prevê muitas diretrizes, entre as quais, a introdução de novos módulos de certificação dos formandos, a eliminação dos cursos em detrimento de qualificações, a eliminação das disciplinas para a entrada Unidades de Competência Padrão (UCP).

O MCTESTP prevê ainda a criação de um Sistema Nacional de Educação Professional (SNEP) que vai possibilitar que apenas a ANEP emita os certificados de habilitações para todas as instituições de formação profissional do país, ou seja, as escolas e centros de formação não terão mais autoridade para certificar os formandos. Para a obtenção do certificado de habilitações literárias os estudantes deverão passar por um teste ao nível da ANEP. 

A direcção do ANEP será composta por membros do governo, através dos Ministérios do Trabalho, Emprego e Segurança Social (MITESS) e MCTESTP, sindicatos de empresários e sociedade civil.

Falando durante o seminário o mais alto quadro do MCTESTP, Jorge Nhambiu, sublinhou que o governo tem vindo a efectuar uma profunda restruturação do ensino técnico-profissional, com vista a integração de componentes indispensáveis como integração, coerência e flexibilidade.

‘’O nosso objectivo é direcionar o nosso ensino profissional com vista a responder a demanda do mercado, ou seja, queremos ter um currículo de formação técnica que garanta a empregabilidade dos formandos, garanta que os jovens não se formem em cursos que não tenham nenhuma mais valia’’, explicou o ministro.

‘’a ligacao entre a educação profissional e a industria é vista como principal garantia de uma fomacao de qualidade e relevância. Não se circunscreve apenas ao desenho curricular, mas, também, ao processo de definição de prioridades e estratégias para assegurar o alinhamento das ofertas formativas com a realidade do mundo laboral, em particular, e da economia nacional, como um todo’’, acrescentou Nhambiu.

O dirigente sublinhou ainda que varias plataformas, de ordem legal, já foram estabelecidas para a implementação das reformas do ensino técnico profissional no país.

Por seu turno, o vice presidente das Confederações Económicas de Moçambique (CTA), Rui Monteiro, manifestou a sua satisfação com o novo modelo, afirmando que poderá responder equilibradamente a demanda de recursos humanos por parte das entidades empregadoras.

‘’Temos uma demanda crescente de recursos humanos no país, os actuais perfis curriculares não respodem a esta crescente necessidade do mercado. Esta nova ferramenta poderá trazer esta resposta  que o sector empresarial tanto anseia. Por isso, estamos envolvidos no processo, em coordenação com o governo’’, asseverou Monteiro.  

Moçambique conta actualmente com mais de 160 escolas de formação técnico profissional distribuídos por todo o país, embora, 45 por cento estejam concentradas na cidade de Maputo.

Jeremias Chemane (JC)

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