U.E PROMETE ATÉ JUNHO
DESEMBOLSAR METADE DO SEU APOIO AO O.G.E
Maputo, 05 de Fev – A União
Europeia (U.E), através da sua delegação em Moçambique, anunciou quinta-feira,
em Maputo, que metade dos 200 milhões de dólares que pretende desembolsar para
financiar o Orçamento Geral do Estado (O.G.E) serão entregues ainda no final do
presente semestre.
De acordo com o alto
representante da U.E em Moçambique, Seen Kuhn Von Burgsdorff, a celeridade do
desembolso tem como principal objetivo garantir a sustentabilidade do O.G.E
pelos próximos quatro anos, bem como ver implementado o Plano Quinquenal do
Governo (PQG 2015-2019).
"A primeira metade deste
valor de 200 milhões de dólares em apoio ao orçamento de Estado será entregue
em meados de Junho próximo, e dentre vários objectivos deverá ajudar na
sustentabilidade do país, tendo em conta que atravessa um momento em que as
calamidades naturais não ajudam no seu desenvolvimento linear", explicou
Burgsdorff.
O representante falou também de
questões ligadas a gestão do O.G.E, citando que o país tem conhecido melhorias
nesse aspecto, mas, muito deve ainda ser feito, como forma de incentivar a U.E
a continuar a apoiar na totalidade o país, pois, com a falta de transparência e
com a gestão danosa, o patrocínio pode, num futuro próximo, ficar comprometido.
"Como forma de ajudar no
controlo e monitoramento dos recursos públicos, a U.E aconselha o país a criar
mecanismos que permitam que o cidadão tenha acesso as informações ligadas ao
orçamento, isso promove não só a transparência, como também a democracia e o
fortalecimento do sistema de governação no seu todo, a vigilância do cidadão é
preponderante para a prestação de contas", acrescentou Burgsdorff.
Ainda de acordo com o alto
representante, existem indicadores que a U.E indispensavelmente pretende ver
alcançados ou melhorados, sendo que são alguns dos factores determinantes para
a delimitação das metodologias de reembolso.
"Existem indicadores que se
não forem alcançados baixamos também o nível de financiamento, por exemplo, se
determinamos que queremos que um numero tal de crianças estejam nas escola, deve
se criar mecanismo para tornar possível. Alguns desembolsos são devolvidos em
função dos objectivos atingidos", esclareceu.
"Nós temos também uma razão
particular para dar atempadamente este instrumento, primeiro porque vimos um
progresso no ultimo financiamento desembolsado, vimos que o apoio responde e
deve continuar a responder de forma flexível as prioridades que o governo
estabelece. Segundo, vimos que este apoio melhorou as instituições públicas e
as suas politicas, tendo melhorado áreas como educação e saúde, o que para nós
é muito importante, e terceiro, por ter ajudado na introdução de valores
fundamentais como a consolidação do Estado de direito, democracia e direitos
humanos", arrolou Burgsdorff.
Como termo, Burgsdorff apelou ao
governo, em particular ao sector da economia e finanças, a ser mais atento aos
indicadores macroeconómicos, com vista a garantir uma maior estabilidade
económica e controlar a divida pública e a inflação para não sufocar o próprio
país.
Nos últimos anos a U.E financiava
té 16,5 por cento do total de impostos do Estado, tendo atingido cerca de 400
milhões de euros em seis anos. É actualmente o maior doador do país, desembolsando
não só donativos em forma de liquidez, como também em produtos diversos.
Jeremias Chemane (JC)
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