A camada empresarial do Canadá manifestou hoje, através da sua embaixada em Maputo, que pretende alargar as áreas de cooperação com Moçambique, com enfoque nos sectores da indústria extrativa, engenharia civil, petróleo e gás e procurement.
Para além destas áreas, Canadá pretende ainda, continuar a catapultar a educação e a saúde em Moçambique, sectores que desde o ano de 2003, já apoiou em mais de 1 bilião de dólares norte-americanos.
De acordo com o conselheiro comercial para Moçambique, Alexandre Côté, que falava numa conferência de imprensa, com vista a preparar o grande encontro de negócios Moçambique-Canada no dia 18 do corrente mês, para além das áreas já identificadas como potenciais para o investimento, os canadenses estão inteiramente interessados em, juntamente com os empresários nacionais, identificar outros sectores ainda não referenciados.
‘’O principal objectivo deste encontro é discutir com os empresários nacionais para identificar as melhores áreas para o investimento, como forma de alargar a nossa estrutura empresarial em Moçambique. Temos muita experiencia em áreas como a mineração, a industria extrativa no geral e fornecemos serviços diversos para o sector do oil and gas (petróleo e gás), que é uma das áreas em que temos várias empresas que conhecem muito bem e podem trabalhar em Moçambique’’, explicou Côté.
Disse ainda que o Canada tem capacidade de investir no sector agrícola em Moçambique disponibilizando diversos produtos, com destaque para os fertilizantes de qualidade internacional produzidos por este país norte-americano.
Côté acredita que os empresários Canadenses pretendem investir em Moçambique por vários motivos, destacando os amplos Jazigos de petróleo, gás, recursos minerais, fertilidade da terra e hidrografia que existem no país tornando-o detentor de uma maior riqueza natural comparativamente a muitos países africanos e não só.
Pela economia do Canada ser baseada maioritariamente nos sectores de minerais, petrolífero, gás natural, agricultara e pesca, o conselheiro defende que o sector empresarial Canadense tem o potencial de transferir a experiencia acumulada para Moçambique, tal como aconteceu noutros países africanos, nomeadamente, Congo e Madagáscar, que agora tem esses sectores como uma das principais fontes de rendimento.
‘’Estes sectores são os que mais podemos apostar, pois, temos uma base empírica muito forte e já compartilhamos e apoiamos muitos países africanos, o que fez com que as nossas parcerias se tornassem cada vez mais fortes e interligadas, temos a particularidade de formar quadros africanos no Canadá para tornar o recurso humano local ainda mais capaz’’, explicou o Conselheiro.
Uma das principais agendas, actualmente, está ligada à persuasão dos agentes público-privados nacionais para apoiarem esta iniciativa de investimento e expansão de negócios dos Canadenses. Para isso, uma delegação, que será composta por um máximo de 10 membros, provenientes de diversas instituições moçambicanas, deverá visitar o Canadá nos próximos tempos para conhecer os principais polos de desenvolvimento daquele país, com destaque para as cidades de Toronto, Ottawa e Montreal.
Em África, O Canadá já investiu, só no sector mineiro, mais de 27 biliões de dólares norte-americanos. Entre os principais beneficiários encontra-se a Zâmbia, onde foram investidos 6.9 biliões, Madagáscar, 4.8 biliões, Congo, 3.4 biliões e Tanzânia 2.1 bilioes de dólares, valores desembolsados por 133 empresas canadenses com mais de 450 projectos diversos para o ramo.
Com o estabelecimento factual das parcerias, e consequente implementação de projectos, Moçambique poderá o próximo país a constar neste rol de países.
Um dos Maiores investimentos do Canadá em Moçambique foi feito em 2001, quando foram disponibilizados cerca de 55 milhões de dólares em financiamento para equipamentos diversos para edificação e consolidação da empresa Mozal, que actualmente é uma das que mais contribui para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) moçambicano.
Refira-se que o Canadá, para além de ser a décima maior economia, é actualmente, o segundo país no mundo com o maior índice de empreendedorismo, perdendo apenas para os Estados Unidos da América, e estando a frente da Austrália que ocupa o terceiro lugar no pódio.
Jeremias Chemane
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