NYUSI PREOCUPADO COM ARMAS EM
MÃOS ALHEIAS
O presidente da república, Filipe
Nyusi, manifestou hoje, em Maputo, o seu extremo desagrado com os indivíduos que
portam ilegalmente armas, reiterando que apenas as autoridades tem o único e exclusivo
direito de as ter.
Nyusi, que falava hoje, na sede
nacional da Frelimo, no âmbito das comemorações do seu aniversário natalício, alertou
aos moçambicanos sobre os perigos que incorrem ao permitirem que pessoas comuns
estejam armadas, comparando-as com leões à solta que a qualquer instante podem
gerar terror e causar danos irreparáveis.
"O país está a ter um tipo
de comportamento que agita toda a população. A circulação de armas não facilita
o trabalho das autoridades, se uma arma está com a polícia é possível dizer de
onde um certo tiro vem, mas se esta mesma arma cai em mãos alheias ai fica-se
sem perceber e isso intensifica o crime. É como ter um campo disponível para plantações,
com boa chuva, mas as pessoas temem sair de casa porque há leões, leões que
causam conflitos e não permitem que as pessoas produzam num ambiente de paz e
harmonia, deixemos as armas, esse é o meu grande apelo’’, disse Nyusi.
O governante acrescentou ainda
que Moçambique não pode ser uma excepção quando o assunto é a segurança e
estabilidade, pois, mesmo ao nível regional, nenhum país permite a posse e circulação
ilegal de armas.
"Não há país na região que
deixa uma pessoa com arma a andar na estrada, não podemos nós nos tornarmos um país
estranho, deixemos de transformar o país num lugar de pessoas estranhas. As armas
devem ser entregues às autoridades, temos que estar muito engajados na denúncia’’,
apelou Nyusi.
Nyusi aproveitou para manifestar
a sua desilusão para com as pessoas que não acataram o apelo à devolução espontânea
das armas, pois, tais indivíduos não percebem que a democracia não é feita através
de braços armados.
"Alguns irmãos não entendem
quando dizemos para devolverem as armas sozinhos, não entendem este gesto de tolerância,
não podemos e não deixaremos que armas continuem em mãos alheias, não deixaremos
que leões andem à solta, pois se não deixarmos, as populações poderão produzir e
ajudar a resolver o problema da fome ao nível da sua região’’, explicou Nyusi.
Para o Estadista não é possível
que as pessoas aleguem falta de confiança para continuarem armadas até hoje.
"A entrega das armas é que é
a principal ferramenta para o debate, a democracia é feita através do debate,
da discussão de ideias, não queiramos agora inventar outro tipo de democracia
em Moçambique. O problema da confiança começa exactamente onde as pessoas estão
armadas’’, disse Nyusi, acrescentando que todos os indivíduos devem ser
protegidos e assegurados unicamente pelas autoridades, compostas pela polícia e
forças de defesa.
Nesta ordem, Nyusi instou os
membros e simpatizantes do seu partido para que também estejam engajados na promoção
da paz, demostrando a sua organização ao nível interno.
"Agradeço imenso o gesto,
isso demonstra a família unida, organizada e coesa que é a Frelimo. Ensinem as
outras pessoas com actos’’, disse o governante.
Por seu turno, o Secretario Geral
(SG) do partido, Eliseu Machava, tranquilizou o presidente, afirmando que tudo
fará para que a Frelimo e todas as suas organizações se unem na promoção dos
valores do patriotismo e massificação das ideias democráticas reinantes no
partido.
"Estamos dispostos a
trabalhar com o nosso presidente, para juntos pensarmos no bem comum para a nossa
sociedade, estaremos lado a lado para ajudar na implementação do plano
desenhado pelo partido que tem em vista um uniforme desenvolvimento da
sociedade moçambicana. Comprometemo-nos em acções concretas que permitiram a materialização
dos objectivos’’, disse Machava.
Esta cerimónia ocorreu numa
altura em que o braço feminino da Frelimo encontrava-se, separadamente, para também
discutir assuntos ligados ao partido e avaliar o primeiro ano de governação e
perspectivar acções futuras ao nível do partido.
Jeremias Chemane (JC)
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