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CONSUMO DE ÁGUA IMPRÓPRIA CONTINUA CEIFAR VIDAS EM MOÇAMBIQUE
Em Moçambique os casos de doenças contraídas por falta de boas práticas de higiene são crescentes, em várias províncias do país, sobretudo nas zonas rurais e suburbanas, onde ainda se observam graves situações de défice de consumo da água potável, saneamento do meio e higiene ambiental, verificam-se ainda altos índices de mortes por diarreias diversas.
Muitas das doenças ligadas a higiene e saneamento, com destaque para as famosas DDA (Doenças Diarreicas Agudas), nomeadamente, a cólera e tantas outras que muito se verificam nas regiões supramencionadas, ainda estão estreitamente ligadas a problemática das águas, sejam elas mal paradas, escassas ou ainda impróprias para o consumo humano.
Um número considerável de moçambicanos ainda sofre com a deficiente extensão da rede de abastecimento de água, que não consegue atingir nem metade da população.
De acordo com um relatório publicado recentemente pela Unicef, em Moçambique, apenas 35 por cento da população residente na zona rural tem acesso a água potável, embora neste número nem todos beneficiam da rede nacional de abastecimento.
O remanescente "se vira como pode", ou seja, consome água imprópria, a dividir com os animais, na maioria dos casos, e sem as mínimas tentativas de purificação do mesmo líquido.
Aliás, os cidadãos agravam a sua situação através da prática do fecalismo a céu aberto, uma realidade que continua nas entrelinhas da vida de milhões de moçambicanos que simplesmente defecam onde lhes convém e na maioria das vezes, fazem-no dentro das águas dos rios, lagos e praias, perigando a sua saúde e a de terceiros.
O relatório mencionado demonstra que "a cobertura total do saneamento aumentou para 21%, mas a disparidade entre a cobertura nas zonas urbanas e rurais continua grande, 44% nas zonas urbanas contra 11% nas zonas rurais. 40% das pessoas ainda praticam a defecação a céu aberto, tendo diminuído de 66% em 1990. A falta de saneamento melhorado custa a Moçambique cerca de 4 biliões de Meticais por ano devido às mortes prematuras, custos médicos e perdas de produtividade".
Os próprios consumidores ainda não tomaram a consciência do auto prejuízo que causam a si mesmos pois, depois de completamente suja e visivelmente maltratada esta água obriga-os a percorrerem altas distâncias que chegam a atingir 20 quilómetros para tentar adquirir o precioso líquido.
Na região rural, perto de 90 por cento das mortes, envolvendo maioritariamente crianças, são de algum modo, ligadas as doenças diarreicas provocadas pelo consumo de água imprópria.
Este facto também é relacionado com a indisponibilidade de água em perto de 40 por cento das escolas rurais, locais onde as crianças permanecem mais de 4 horas.
Só na Cidade de Maputo foram registados em apenas duas semanas, no mês de Março, um total de 429 casos de doenças diarreicas agudas, com maior incidência para as crianças dos zero aos cinco anos de idade, de acordo com o Presidente do Conselho Municipal, David Simango, que falava num encontro com a Governadora da Cidade de Maputo, Iolanda Cintura.
Muitas das doenças ligadas a higiene e saneamento, com destaque para as famosas DDA (Doenças Diarreicas Agudas), nomeadamente, a cólera e tantas outras que muito se verificam nas regiões supramencionadas, ainda estão estreitamente ligadas a problemática das águas, sejam elas mal paradas, escassas ou ainda impróprias para o consumo humano.
Um número considerável de moçambicanos ainda sofre com a deficiente extensão da rede de abastecimento de água, que não consegue atingir nem metade da população.
De acordo com um relatório publicado recentemente pela Unicef, em Moçambique, apenas 35 por cento da população residente na zona rural tem acesso a água potável, embora neste número nem todos beneficiam da rede nacional de abastecimento.
O remanescente "se vira como pode", ou seja, consome água imprópria, a dividir com os animais, na maioria dos casos, e sem as mínimas tentativas de purificação do mesmo líquido.
Aliás, os cidadãos agravam a sua situação através da prática do fecalismo a céu aberto, uma realidade que continua nas entrelinhas da vida de milhões de moçambicanos que simplesmente defecam onde lhes convém e na maioria das vezes, fazem-no dentro das águas dos rios, lagos e praias, perigando a sua saúde e a de terceiros.
O relatório mencionado demonstra que "a cobertura total do saneamento aumentou para 21%, mas a disparidade entre a cobertura nas zonas urbanas e rurais continua grande, 44% nas zonas urbanas contra 11% nas zonas rurais. 40% das pessoas ainda praticam a defecação a céu aberto, tendo diminuído de 66% em 1990. A falta de saneamento melhorado custa a Moçambique cerca de 4 biliões de Meticais por ano devido às mortes prematuras, custos médicos e perdas de produtividade".
Os próprios consumidores ainda não tomaram a consciência do auto prejuízo que causam a si mesmos pois, depois de completamente suja e visivelmente maltratada esta água obriga-os a percorrerem altas distâncias que chegam a atingir 20 quilómetros para tentar adquirir o precioso líquido.
Na região rural, perto de 90 por cento das mortes, envolvendo maioritariamente crianças, são de algum modo, ligadas as doenças diarreicas provocadas pelo consumo de água imprópria.
Este facto também é relacionado com a indisponibilidade de água em perto de 40 por cento das escolas rurais, locais onde as crianças permanecem mais de 4 horas.
Só na Cidade de Maputo foram registados em apenas duas semanas, no mês de Março, um total de 429 casos de doenças diarreicas agudas, com maior incidência para as crianças dos zero aos cinco anos de idade, de acordo com o Presidente do Conselho Municipal, David Simango, que falava num encontro com a Governadora da Cidade de Maputo, Iolanda Cintura.
No período em referência, "vários centros hospitalares da cidade de Maputo deram entrada um total de 200 pessoas padecendo de diarreias agudas, enquanto, na semana anterior foram registados 229 casos".
Na ocasião, Cintura terá afirmado que a luta contra a cólera e as diarreias agudas constitui uma das grandes prioridades, por isso o Governo da Cidade de Maputo está a trabalhar directamente com os centros hospitalares para a publicação de métodos de prevenção da doença.
"Estamos a trabalhar com o conselho municipal e hospitais para divulgar mensagens preventivas. Incluiremos nos discursos das altas entidades mensagens de prevenção contra as doenças que afectam a população"declarou Cintura.
Embora esteja a subir o número de casos de doenças diarreicas em Maputo, as autoridades sanitárias ainda classificam como sendo segura a situação dos cidadãos desta urbe.
Sobre o caso, ainda falou o porta-voz do Conselho de Ministros, Mouzinho Saide, afirmando que em apenas quatro províncias, nomeadamente, Nampula, Niassa, Tete e Zambézia, foram registados no primeiro trimestre mais de 4600 casos de doenças diarreicas.
Se na principal urbe do país os números são estes o que se pode esperar das outras regiões?
Para responder estas e outras questões relacionadas, o governo, através do Conselho de Regulamentação do Abastecimento de Agua (CRA), tem vindo a promover e a fiscalizar as ações de distribuição deste líquido, o que tem, de algum modo, condicionado a reversão do actual cenário, dai que vários consumidores inquiridos ao nível da cidade de Maputo, são unanimes em acreditar que um dia o país todo poderá contar com uma população livre do dilema da escassez de água.
Jeremias Chemane (JC)
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