NYUSI FOI FRANCO NA RADIOGRAFIA
DA SITUAÇÃO DO PAÍS
O ex-secretário executivo da
SADC, Tomas Salomão, sublinhou, hoje, em Maputo, que a radiografia do
presidente da Republica, Filipe Nyusi, em relação a situação económica do país
vai de encontro com a realidade, não tentando esconder a real situação em que o
país se encontra atualmente, marcada pela assinável queda do metical e subida
generalizada de produtos alimentares, maioria dos quais provenientes do
estrangeiro.
A observação foi feita à margem
da cerimónia de enceramento do ano lectivo do Banco de Moçambique, onde o ex-secretário
reagia à apresentação feita hoje, pelo Presidente da República, na Assembleia
da Republica (AR), o parlamento moçambicano, do Estado Geral da Nação, em que,
na sua radiografia, Nyusi afirmou não estar satisfeito com a situação em que o
país se encontra, condicionada pela conjuntura internacional que tende a
ressentir-se pela subida do dólar.
"O chefe de Estado deu o
quadro geral da situação do país, a mensagem principal foi transmitida no início
e no fim da sua apresentação radiográfica, quando ele diz que não está
satisfeito, não estando satisfeito na qualidade de dirigente da nação, ele
mostra assim, que está ciente da situação em que o país se encontra, precisando
de ações e soluções para continuar a crescer ", afirmou o ex-secretário.
Salomão defende ainda que o
governo moçambicano actua de forma coerente, e a prova disso é que o banco central
deu continuidade aos pronunciamentos de Nyusi, reafirmando a necessidade de se
envidar esforços para garantir divisas no país e consequentemente estabilização
da economia nacional.
"Ouvimos esta tarde o
governador do Banco de Moçambique (Ernesto Gove) a continuar a defender que não
estamos bem e principalmente nas questões relativas a conjuntura internacional.
2015 foi um ano difícil, por diversos factores externos, mas também factores
internos que precisam ser tratados, identificados, no sentido de que os
fundamentos da economia sejam usados para o crescimento da própria economia, através
da atracão do investimento e para que se continue gerar emprego". Acrescentou.
Como termo, Salomão defendeu que
o país precisa garantir uma inflação relativamente baixa, aliada a uma taxa de câmbio
estável, como forma de garantir a estabilidade macroeconómica do país.
Houve uma baixa generalizada de
preços dos principais produtos de exportação como alumínio, algodão, gás,
carvão e açúcar, que reduziram em 9,3 por cento o nível das nossas exportações,
numa altura em que dados oficiais do Banco de Moçambique mostram que indicadores
do desempenho económico do país apontam que o crescimento económico poderá
atingir os 7,4 por cento, de inflação.
A radiografia do estado da nação
surge numa altura em que aliada a subida dos preços, dada a conjuntura
internacional, a aproximação da quadra festiva faz com que muitos comerciantes
adiram a especulação de preços, o que torna duas vezes mais agravada a
dificuldade de aquisição de produtos por parte dos consumidores, podendo este
ser o natal mais ressentido dos últimos anos.
Jeremias Chemane
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