segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

AGENTES ECONÓMICOS SÃO MOTORES DE DESENVOLVIMENTO



AGENTES ECONÓMICOS SÃO MOTORES DE DESENVOLVIMENTO

O novo administrador do distrito de Marracuene, província de Maputo, Avelino Pinto Muchine, empossado no passado mês de Novembro, disse hoje, naquele ponto do país que os agentes económicos locais são os principais motores de desenvolvimento, por isso, devem ser encorajados pelo governo.

Muchine, que falava durante o seu primeiro encontro com a Associação dos Agentes Económicos de Marracuene (AGEM) e visitava os principais pontos turísticos e polos de desenvolvimento do distrito, ficou a conhecer os principais problemas que assolam os empresários que desenvolvem o local, com destaque para os do sector do turismo e da agro-pecuária, num evento que contou com a presença dos membros do governo provincial e chefes de localidades.

"Estamos disponíveis a trabalhar para o bem-estar do distrito, queremos que este ponto do país esteja cada vez mais desenvolvido e para isso contamos com o apoio do sector privado, dos agentes económicos, pois, são os principais motores do desenvolvimento. Sabemos que enfrentam diversas dificuldades, mas reiteramos a nossa abertura para solucionar e garantir que operem como deve ser, em conformidade com a lei moçambicana", disse Muchine.

Vários são os aspectos levantados, mas dentre estes, quatro são o dilema principal dos investidores, nomeadamente, a segurança, o fornecimento de água e energia, a invasão de espaço e a burocracia administrativa na tramitação de processos para a implantação dos empreendimentos e licenciamento de actividades.

Para o administrador, estes problemas são solúveis através de medidas alternativas, que devem ser criadas a partir da interacção entre o governo e os agentes económicos.

"No que diz respeito a segurança, nós estamos a trabalhar com a polícia, por isso estamos aqui com o comandante distrital, pois, percebemos que o volume de investimentos e a demanda de terra tem propiciado a origem de alguns fenómenos de criminalidade, o que é bastante negativo, e quanto a energia esse é um problema de praticamente todo o país deve ser solucionado através de medidas alternativas que sejam viáveis para as vossas actividades", acrescentou o administrador.    

Um dado importante levantado pelo recente administrador está relacionado com o aproveitamento de terra, tendo afirmado que "os conflitos de terra eclodem quando a terra não é usada, quem tem DUAT (Direito de Uso e Aproveitamento de Terra) deve usar o seu espaço efectivamente, se do momento não tem a capacidade de levantar um determinado empreendimento deve no mínimo activar a área com um certa actividade temporária, como forma de manifestar a sua presença".

Durante a visita a um dos polos de desenvolvimento, o novo administrador ficou particularmente fascinado com o centro de criação de frangos de Marracuene, denominado "Asas Brancas", muito por causa do investimento feito, contabilizado em mais de 30 milhões de dólares norte-americanos, e pelo equipamento usado, que em toda África, Moçambique é o único país a ter. 

De acordo com o proprietário do empreendimento, João Rosão, só nesta fase piloto a empresa tem capacidade de produzir mensalmente 80 mil frangos que serão abastecidos ao mercado nacional, um número que poderá se replicar dez vezes com a conclusão do projecto, que acontece a medida em que se acresce a demanda.

"Só no período da quadra festiva, prevemos entregar ao matadouro 50 toneladas de frango, como teste para uma posterior parceria, e acreditamos que com o fim do projecto teremos capacidade suficiente para abastecer o mercado, principalmente nesta zona sul", esclareceu Rosao.          
                    
A margem de falha do equipamento usado é bastante reduzida, mas precisa de energia eléctrica constante, por causa do sistema computadorizado, avaliado em três milhões de dólares, e por si só informa passo a passo o crescimento, a nutrição e o estado de saúde das aves.

Nesta fase, Rosão acredita que o estabelecimento pode trabalhar lado a lado com as universidades e centros de pesquisa nacionais, como forma de capacitar os moçambicanos ligados a agricultura e pecuária em matéria de criação de aves com uso de tecnologia de ponta.

"Estamos numa fase em queremos pessoas ligadas as universidades e centros de pesquisa para virem cá e se inteirarem do nosso sistema, pois Moçambique é o terceiro país a nível mundial a usar, este sistema que é duma eficiência tal que informa todos os estágio de vida dos animais, sem contar que estamos a estudar melhores mecanismos de reaproveitar o estrumo produzido para o sector agrícola". explicou Rosão.

Tal como este, vários outros projectos de alta rentabilidade estão a ser implementados em Marracuene, e que, segundo a AGEM, precisam de uma pronta resposta por parte da administração, no que tange ao licenciamento e posse, pois o acúmulo e morosidade dos processos gera transtorno aos empresários e cria uma onda de receio ao investimento.  

O novo administrador foi empossado a 17 de Novembro último, pelo despacho ministerial da ministra da administração estatal e função pública, Carmelita Namashulua, para dirigir os destinos do distrito e tentar harmonizar e solucionar os principais problemas que enfermam aquele ponto do país, que tem registrado um índice de desenvolvimento bastante acelerado e, por isso, alvo de muito procura, o que origina conflitos diversos.

Jeremias Chemane (JC)     

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