quinta-feira, 21 de agosto de 2014

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Porta-voz de Dhlakama quer tornar-se activista para direitos prisionais


(Jornal ‘O País’) – Com a mesma contundência de sempre, António Muchanga disse não estar arrependido das suas declarações e que pensa eleger-se deputado para reformar a actuação na B.O

O porta-voz do líder da Renamo, António Muchanga, revelou, esta quarta-feira as suas prioridades, caso seja eleito para a Assembleia da República (AR), dado que figura entre os cinco primeiros da lista dos candidatos da Renamo pela província do Maputo.
 
Depois de passar 42 dias na Cadeia de Máxima Segurança da Machava, na província do Maputo, vulgo B.O, Muchanga saiu determinado em tornar-se um activista dos direitos dos detidos, mais concretamente pela melhoria das condições prisionais.

“Espero ser eleito deputado para, em colaboração com os meus colegas, rever o regulamento da B.O, porque é desumano”, disse Muchanga, na primeira conferência de imprensa após a soltura.

Muchanga falou das experiências que passou durante a sua detenção, desde a esquadra do porto do Maputo, onde passou os primeiros dois dias, até à B.O, para onde vão as maiores críticas e que vão merecer a sua acção parlamentar. “Suportei as consequências de uma prisão. Fiquei 30 dias fechado, com direito a banho solar uma hora por dia, alegadamente porque o regulamento na B.O é esse”, disse, explicando, contudo, que teve dias melhores que os passados na esquadra. “Na esquadra, tive o tratamento de qualquer réu. Fiquei proibido de ver telejornal, notícias, jornais e tudo. Mas quando passei para a cadeia, a situação mudou”, realçou.

Muchanga diz ter constatado, naquela cadeia, que ainda há pessoas que estão lá sem necessidade e manifestou-se preocupado com o tratamento que o Estado dá às pessoas que ficam detidas sem culpa formada. “Eu estive lá, o meu processo foi extinto. Já imaginou ficar trancado 30 dias para depois dizerem que não teve culpa, e depois o Estado não paga nada por isso”, continuou.

“Percebi que na B.O há muita gente que não devia estar, cruzei lá com burladores de cheques; pessoas que caçam animais vão para lá. Que perigo essa pessoa representa?”, questionou.

Recorde-se que António Muchanga foi detido no dia 7 de Junho, quando saía de mais uma sessão ordinária do Conselho de Estado. Contrariamente ao que foi dado a conhecer oficialmente, Muchanga diz que a sua detenção não ocorreu na zona do cinema Xenon, mas sim na Presidência da República.

(J.Int/O País)


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