MÁ COMUNICAÇÃO MINA DESENVOLVIMENTO DE MARRACUENE
A ausência de um diálogo permanente entre os Agentes Económicos de
Marracuene-AGEM e o governo Distrital coloca em perigo o desenvolvimento socioeconómico
daquele Distrito provincial de Maputo.
A informação
foi tornada pública por João Das Neves, Presidente da Associação dos Agentes
Económicos de Marracuene-AGEM, num encontro com o Governador da Província de
Maputo, Raimundo Diomba.
Para além da
falta de diálogo, Das Neves, assevera que as actividades desenvolvidas naquele
Distrito, devem ser realizadas de forma harmoniosa e coordenadas, colocando de lado as diferenças individuais e apostando no
bem colectivo.
Aliás,
segundo das Neves, quanto mais próspero for o empresariado em Marracuene mais
forte será o governo local. Por isso, a sua associação elaborou uma matriz
contendo as principis preocupações do sector económico local.
“Desenvolvemos
uma matriz com as principais preocupações do sector privado em Marracuene e que
aborda questões que vão desde a mitigação dos impactos negativos das
actividades económicas até ao aprimoramento dos sistemas de trabalho para
remover a burocracia institucional e regularização das deficiências
organizativas do sector privado”, disse João Das Neves.
Das Neves preocupa-se
igualmente com a criminalidade que tem vindo a crescer em Marracuene, aliada a
má gestão dos conflitos de terra.
“Temos casos
em que titulares de DUAT, mas que por diversas adversidades os mesmo tem sido
revogados em condições pouco claras para os agentes económicos ou mesmo
projectos submetidos para a requalificação das terras não são aprovados em
tempo razoável”, disse Das Neves para de seguida concluir que “ os agentes
económicos vem acompanhando, com bastante preocupação a redistribuição de
espaços de terra concessionados por DUAT, sem consulta ou acordo prévio aos titulares
e que apesar de suas reclamações pouco ou nada podem fazer”, explicou Neves.
Por sua vez
os empresários de Marracuene foram unânimes em afirmar que a situação
empresarial naquele Distrito anda a mercê da própria sorte.
Por sua vez
os agentes económicos presentes na ocasião, manifestaram as suas preocupações
perante Diomba.
“Do momento
a minha maior preocupação seria com a avaria constante do batelão, as vias de
acesso não estão nada bem. Precisamos de uma clinica na ilha não só para nós
mas também para os turistas que escalam Macaneta. Estou ainda preocupada com a
fraca qualidade de electricidade”, desabafou Ângela, agente económica.
“Eu, particularmente
tenho um projecto de construção de um parque empresarial e o que eu peço é uma
ajuda para que se aprovem os projectos o mais rápido possível. O pedido já está
lá a mais de um ano. Há muita burocracia nas instituições públicas em despachar
os expedientes. É preciso que as coisas andem mais rápido. Nós trabalhamos com
bancos e quando os projectos não são implementados no período planificado
gera-nos transtornos. Deve haver uma comunicação aberta entre o governo e os
agentes económicos”, disse Horácio de Carmo, Agente económico.
“ Um dos
grandes desafios que enfrentamos é a recolocação do pessoal afectado pelas
obras da circular, sabemos que o Governo está a fazer um esforço tremendo para
sanar este problema. Há quem não foi recolocado no devido lugar, a quem não recebeu
os devidos pagamentos e isso acaba de certa forma criar constrangimentos aos
agentes económicos de Marracuene. A ponte que liga Marracuene e Macaneta também
nos preocupa”, asseverou José António, agente económico.
Por seu
turno, Raimundo Diomba prontificou-se a averiguar todas as queixas e preocupações
dos agentes económicos.
“Posso
assegurar que todas as preocupações foram anotadas e cabe ao Governo trazer
soluções para estes e outros problemas que temos. Se realmente queremos um
Distrito desenvolvido, realmente que temos de trabalhar em harmonia, em
coordenação mútua”, disse Diomba.
Refira-se que
Marracuene na província de Maputo, tem sido um dos maiores pontos de
investimento empresarial do sector privado a nível da região sul de Moçambique.
Redação / JC.
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