segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

SECTOR EMPRESARIAL INSTADO A CONTRIBUIR COM RESPONSABILIDADE SOCIAL



SECTOR EMPRESARIAL INSTADO A CONTRIBUIR COM RESPONSABILIDADE SOCIAL

Um estudo, realizado nos últimos três anos, publicado hoje, em Maputo, indica que parte das empresas actuantes em Moçambique, tanto nacionais como estrangeiras, ainda não aderiram à responsabilidade social e devem faze-lo como forma de contribuir para o crescimento do país, com destaque para a região onde estão instaladas com vista a promover o bom relacionamento com as comunidades locais.

A pesquisa, que envolveu mais de 200 empresas, foi desenvolvida em três pontos do país, nomeadamente, Nampula, Nacala e Beira, pela universidade católica de Moçambique (UDM) e a sua homóloga da Itália (Altis), com o apoio da União Europeia (UE), que, para o efeito, desembolsou 550 mil euros (cerca de 600 mil dólares norte americanos).

Do total das empresas envolvidas no estudo, 50 foram mobilizadas e desse número, apenas 16 aderiram aos projectos-pilotos de responsabilidade social.

De acordo com um dos responsáveis do projecto, Mussagy Hassane, apenas 13 empresas desenvolveram o interesse em participar logo a prior, mas, as empresas que efectivamente foram envolvidas ficaram maravilhadas com os resultados e comprometeram-se a continuar a dar o seu contributo para o desenvolvimento comunitário da região em que se circunvizinha a sua instituição.

"É necessário impulsionar as boas práticas e lições aprendidas no âmbito da responsabilidade social, o interesse do projecto é incutir nas empresas, sejam de que porte for, a cultura da responsabilidade social", disse Hassane. 

 Disse ainda que a essência do projecto era de sensibilizar, formar e promover o empoderamento dos grupos alvos "representados pelos trabalhadores das empresas privadas, das instituições públicas e da sociedade civil, bem como as comunidades locais".

Por seu turno, o representante do Ministério dos Recursos Minerais e Energia, Henrique Cossa, presente na ocasião, disse que, apesar de tudo, no sector em que actua, as empresas cumprem com os seus deveres de impostos e de responsabilidade social.

"Felizmente, no nosso sector as empresas são socialmente responsáveis e cumprem com o pagamento de impostos, mas mesmo assim instamos a continuidade desses feitos como forma de desenvolver o capital humano e investir nos benefícios sociais para as comunidades", disse.

Acrescentou que as acções de responsabilidade social, levadas a cabo pelas empresas, devem ir ao encontro daquilo que são os objectivos do governo para o desenvolvimento do país, tendo em conta as principais necessidades das populações que circunvizinham a instituições que pretendem se tornar socialmente responsáveis.

O chefe da Cooperação Europeia em Moçambique, Enrico Strampelli, disse que a UE financia o projecto como forma de aludir as empresas sobre a necessidade de se envolver em acções de responsabilidade social.

"O estudo concluiu que cada vez mais empresas estão a aderir a responsabilidade social em Moçambique, mas que há necessidade de envolver mais empresas e mostrar que essa pratica é muito benéfica para criar um bom relacionamento não só com a comunidade, mas também com o governo local".  

Na cerimónia de apresentação do estudo, estiveram presentes representantes do governo, da UNICEF, e alguns membros da Sociedade Civil moçambicana.

Jeremias Chemane (JC) 


domingo, 6 de dezembro de 2015

1215PEX-MOROSIDADE PROCESSUAL DIFICULTA ACTIVIDADE DO TURISMO EM MOÇAMBIQUE


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1215PEX-MOROSIDADE PROCESSUAL DIFICULTA ACTIVIDADE DO TURISMO EM MOÇAMBIQUE

Por Jeremias Chemane, da AIM, em Marracuene

Maputo, 06 de Dez (AIM) – em Agosto passado, o primeiro ministro moçambicano, Carlos Agostinho do Rosário falou, durante a IV Reunião Nacional do Turismo, que havia necessidade de realizar investimentos a nível nacional e maximizar os ganhos nas plataformas existentes, promovendo os produtos turísticos e estimulando o turismo domestico como forma de estabilizar o País, gerar emprego e garantir o crescimento económico através do sector.

Disse ainda que "a reflexão sobre os desafios do turismo deve ser extensiva para a promoção do desenvolvimento integrado das áreas com potencial turístico para atrair investimento nacional e estrangeiro, alargando a rede de alojamento e aumento da sua qualidade".

É com base nestas afirmações que os empresários actuantes neste ramo clamam maior dinamismo e menos burocracia na tramitação de alguns processos que tem como vista a promoção do sector turístico em Moçambique.

A Associação dos Agentes de Viagens e Operadores Turísticos de Moçambique (AVITUM) reuniu esta sexta-feira, e expôs diante do ministro de pelouro, Silva Dunduro, os principais entraves enfrentados na realização das actividades turísticas em Moçambique.

Resumidamente, o secretario geral da AVITUM, João Das neves, disse hoje, em entrevista a AIM, que no rol de questões colocados ao governo, sexta-feira ultima, está a morosidade na implementação dalgumas ideias de melhoria propostas pelo sector privado.

"Em termos legislativos o grande desafio é a morosidade do governo na implementação de ideias com vista a garantir maior dinamismo dos nossos processos e na implementação dalgumas ideias que propusemos para a melhorar do sector".

Das Neves disse acreditar que se a máquina legal do governo copiasse o modelo dinâmico de tramitação processual usado no sector privado o ramo do turismo poderia observar uma considerável melhoria do actual ambiente negócios.

Contudo, o mesmo acredita que, comparativamente há alguns anos, o ambiente de negócios observou uma significativa mudança, pois, os mesmos investidores que há cinco anos não queriam investir em Moçambique, hoje querem.

"Isto está relacionado a vários factores, o ambiente de negócios melhorou muito, hoje abrem-se portas para novos investimentos e no sector do turismo o grande desafio recai na rentabilização dos investimentos ja efectuados, dada a demanda dos serviços turísticos, que ainda precisa de um realce através da potencialização do 0turismo domestico"

Aliado aos entraves processuais e legais, estão as calamidades naturais, as cheias e a erosão na faixa costeira nacional, que têm estado a complicar consideravelmente a exploração turística, criando deste modo, um défice na economia turística nacional e diminuindo a afluência de turistas.


No rol, assenta também instabilidade e o mau ordenamento territorial que faz com que determinadas actividades turísticas não corram nas melhores condições, principalmente quando no caso de Moçambique predomina o turismo do tipo praia-sol.     

JC

MARRACUENE LODGE LANÇA KAYAKES NO MERCADO MOÇAMBICANO



-MARRACUENE LODGE LANÇA KAYAKES NO MERCADO MOÇAMBICANO  

Marracuene, 06 de Dez (AIM) –  Marracuene Lodge, na província de Maputo, lançou oficialmente, hoje, no seu pacote integrado de lazer e entretenimento, para os seus clientes e interessados no geral, um serviço de passeio aquática através de kayakes, um desporto pela primeira vez introduzido por uma estância turística nacional.      

O desporto de Kayakes assemelha-se a canoagem, no qual os seus participantes exploram uma determinada área aquática remando.

O investimento feito pela empresa, na aquisição dos Kayakes, é de cerca de 25 mil dólares norte-americanos e dependendo do nível de aderência da modalidade poderá se investir mais dinheiro para a aquisição de um outro pacote.

De acordo com o director geral da Mozambique Adviser, empresa responsável pela importação das canoas, João Das Neves, o principal objectivo é fortalecer o turismo em Moçambique, garantindo maior qualidade e diversidade dos serviços oferecidos pelas estâncias turísticas.

"Pretendemos oferecer actividades para o entretenimento e lazer, sentimos que havia necessidade de entreter as pessoas que nos visitam com desportos como este, achamos que era oportuno introduzir os Kayakes no mercado moçambicano".

Das neves afirma ainda que o investimento feito é relativamente razoável e a capacidade de aluguer ou de compra dos Kayakes não é especulativo e garante qua as pessoas tenham acesso caso queiram.

O investimento feito é razoável e dependendo da demanda das canoas poderemos aumentar o numero e se houver necessidade podemos também expandir os serviços".

Dada a pouca rentabilidade do desporto, Neves acredita que poucos empresários poderiam investir isoladamente nos Kayakes, dai que afirma que o desporto deveria estar incluído num pacote oferecido aos clientes como forma de entretê-lo durante uma visita turística.

Os clientes poderão igualmente comprar as canoas ou alugar, sendo que o preço de aluguer varia de 500 a 2300 meticais, enquanto que a compra os preços alternam de 22.450 a 45.950 meticias.

Jeremias Chemane (JC)   

POBREZA MONETÁRIA NÃO PODE DIMINUIR COM CONTÍNUA SUBIDA DO CABAZ



POBREZA MONETÁRIA NÃO PODE DIMINUIR COM CONTÍNUA SUBIDA DO CABAZ 

A contínua depreciação do metical, aliada ao baixo nível de exportação e com o elevado índice de importação dos produtos básicos alimentares, num País onde 80 por cento da população sobrevive com base na agricultura para o auto-sustento sem muitas perspetivas de comercialização do excedente, são vistos, pelas Nações Unidas, como os principais factores que condicionam a difícil reversão do gráfico indicador da pobreza monetária em Moçambique.    

O economista representante das Nações Unidas (ONU-Wider) ao nível da Africa, Finn Tarp, defendeu, esta sexta feira, em Maputo, no Grande Fórum de Debate, Mozefo, que em Moçambique  a pobreza monetária é um dilema crónico, pois o cabaz alimentar da população ainda não vai ao encontro daquilo que são as  possibilidades de compra.         

"A pobreza monetária não pode diminuir enquanto o custo do cabaz sobe, sobem os preços mas não sobem os salários, então, a mesma pessoa que comprava três quilos de arroz ontem, hoje compra dois porque o preço subiu mas o seu poder de compra continua o mesmo".  

Para Tarp, existem sectores que merecem uma especial atenção quando o assunto é investimento, com destaque para a agricultura, por ser um campo que mais do que dinheiro garante o desenvolvimento humano.

Os níveis de pobreza no País são pouco conhecidos e os indicadores não têm sido alterados desde 2008, ou seja, desde essa época, até esta parte, não se elaborou nenhum estudo exaustivo que indique realmente qual é o nível de pobreza em Moçambique. "Todos que dizem que a pobreza aumentou ou diminuiu baseiam-se em meras observações pessoais".   

"É necessário aumentar a quantidade e a qualidade do investimento que se tem vindo a fazer no campo agrícola pois a agricultura garante, mais do que outros aspectos, o desenvolvimento humano e é uma forma muito viável de inclusão porque com a garantia de uma alimentação condigna para todos pode reduzir significativamente o nível de desnutrição ainda observados no País". Disse Tarp.

O economista lembra ainda que ao se apostar na agricultura é necessário diversificar a produção tendo como contexto a região onde se vai produzir.

É certo que em Moçambique se está a investir, mas o investimento, de acordo com Tarp, ainda não está a conseguir agregar valor a economia do País, pois, não tem estado a gerar consideráveis postos de trabalho.

"Há muitos investimentos, mas criam poucos empregos, não ajudam na criação de mais postos de trabalho e isso não ajuda na inclusão. Muitas vezes isso acontece porque as empresas chegam no País com a sua massa laboral quase que completamente composta", explicou.

Contudo, Tarp sublinha que os passos dados pelo governo para reverter o cenário são significativos e devem ser incentivados, pois, o país está na lista das dez economias mais crescentes ao nível mundial, com cerca de sete por cento de crescimento anual, de acordo com os dados do Banco mundial.

"Não é altura de concluir que nada foi feito, é altura de incentivar a criação de novas propostas e parabenizar o governo pelo caminho andado, pois, vemos um País cada vez mais forte e com altas perspetivas de desenvolvimento.         

O Grande Fórum Mozefo é uma plataforma de debate criada pelo grupo de media 'Soico', que juntou, durante três dias, de dois a quatro do corrente mês, mais de 1.000 participantes, entre eles antigos e actuais dirigentes de diferentes instituições estatais e privadas, fazedores da arte e académicos nacionais e estrangeiros.

Jeremias Chemane (JC)

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

SITUAÇÃO CAMBIAL OBRIGA LIMITE DE TRANSAÇÕES NO EXTERIOR



SITUAÇÃO CAMBIAL OBRIGA LIMITE DE TRANSAÇÕES NO EXTERIOR    

Maputo, 01 de Dez (AIM) – O Banco de Moçambique (BM) anunciou esta segunda-feira, em Maputo, que pretende estabelecer limites de utilização dos cartões de débito e de crédito no exterior, como forma de conter a pressão cambial exercida sobre o mercado cambial com a desvalorização da moeda nacional, o metical.    

De acordo com o Governador do Banco Central, Ernesto Gove, estas medidas de contenção cambial são sobremaneira aplicadas nas moedas mais transacionadas no país, com grande influência na balança de pagamentos, com destaque para o dólar americano e o rand sul-africano.

 "Do lado cambial serão estabelecidos limites de utilização de cartões de débito e de crédito no exterior, devendo os bancos comerciais serem instruídos para trabalhar com vista a ajustar as suas plataformas informáticas em função da nova modalidade", afirma Gove.

A medida que incide para os moçambicanos que fazem compras ou pagam serviços no estrangeiro, através dos seus cartões, sem qualquer restrição ou limite de gastos obrigando desta forma que o país esteja constantemente a drenar divisas para o exterior.

De acordo com o jornal "Noticias" este cenário acontece numa altura em que a balança de pagamentos de Moçambique estava a recuperar da situação deficitária crónica que se vinha registando nos últimos anos em função de uma conjuntura interna e internacionais favoráveis.

“É um momento excepcional em que precisamos de tomar algumas medidas para ajustarmos as nossas expectativas e o funcionamento dos mercados”, reitera o governador. 

Com os mesmos objectivos, o Banco Central compromete-se ainda a reforçar a supervisão bancária, assegurando que a lei cambial em vigor em Moçambique seja estritamente observada.

Mesmo perante este quadro desfavorável, Ernesto Gove disse não haver razões para o desespero, na medida em que os fundamentos macro-económicos não estão abalados, ou seja os principais motores da economia moçambicana continuam estáveis. 

Gove afasta a possibilidade de fixação de taxas de câmbio administrativas, que haviam sido propostas pelo sector privado como medida para minimizar o impacto das flutuações das taxas de câmbio na importação de bens e serviços, argumentando que tal medida não seria benéfica para a economia, pois “Podemos incorrer à uma situação em que acabamos tendo dinheiro mas sem produtos, e isso já aconteceu no passado. Uma medida do género provoca a híper-inflação". 

"O que necessitamos é resolver o problema actual global e sectorialmente, através de uma conjugação de esforços entre o Governo, o Banco Central e o sector privado, de forma a sermos mais competitivos na região e no mundo, aproveitando a nossa localização geográfica estratégica”, afirmou Gove. 

Estas medidas são tomadas numa altura em que o dólar americano oscila entre os 55 e 57 meticais, e o rand sul-africano custa cerca de 4 meticais com previsão de subida. Muitos economistas nacionais defendem que no primeiro trimestre do próximo ano a tendência será de agravamento da depreciação do metical, o que poderá fazer com que estas moedas apreciem ainda mais.

Jeremias Chemane (JC)