quarta-feira, 16 de março de 2016

NECESSÁRIOS 480 MILHÕES DE DÓLARES PARAM FORTALECIMENTO DO ENSINO TÉCNICO-PROFISSIONAL



NECESSÁRIOS 480 MILHÕES DE DÓLARES PARAM FORTALECIMENTO DO ENSINO TÉCNICO-PROFISSIONAL

O ministro da ciência, tecnologia, ensino superior e técnico professional, Jorge Nhambiu, declarou hoje, em Maputo, que são necessários mais de 480 milhões de dólares norte-americanos para o fortalecimento do ensino técnico profissional em Moçambique.

Este valor deverá servir para a implementação de diversas medidas com vista a melhorar e reformar a educação profissional no país, dentre elas, a formação de formadores, construção de escolas, reabilitação e apetrechamento, introdução do ensino técnico à distância e reforço do elo de ligação entre os sectores pública e privado.

Nhambiu apresentou a preocupação durante um seminário mantido com empresários que contou com a presença de diversos quadros do Ministério do Trabalho, Emprego e Segurança Social (MITESS), onde acrescentou a necessidade de introduzir de uma metodologia modular para o ensino técnico, que consiste em estabelecer uma base de dados virtual que garanta que os estudantes possam iniciar um determinado curso num local e concluir noutro.

‘’Há necessidade de melhorar a gestão do ensino, deve se estabelecer uma base de dados que condicione que um estudante formado, por exemplo, em Maputo possa, terminar a sua formação em Cabo delgado e a partir de lá receber o seu certificado de habilitações’’, disse o ministro.

Contudo, o governante afirma que o ensino técnico-profissional tem vindo a melhorar significativamente em Moçambique, pois, ‘’em 2007, por exemplo, tínhamos mais de 200 dias após a formação para que um determinado formando conseguisse emprego e a taxa de satisfação do empregador era apenas de 25 por cento, em 2015 num período inferior a seis meses os estudantes conseguem emprego e a taxa de satisfação é de 80 por cento’’.

Ainda de acordo com o ministro, a cidade de Maputo é a que mais tem instituições de ensino técnico, com um total de 32, seguida por Nampula com 23, enquanto que Cabo delgado e Niassa são as piores com seis e cinco, respectivamente.

‘’em Maputo temos 12 instituições publicas, cinco semi-públicas e 15 privadas, Nampula com seis publicas, 9 semi-publicas e oito privadas. As que ocupam os últimos lugares na lista são cabo delgado, com seis públicas e Niassa com apenas cinco públicas’’, explicou Nhambiu.

Por seu turno, o vice-ministro do MITESS Oswaldo Pitersburgo, lembrou que a situação actual mostra que, em Moçambique, procuram-se mais cursos ligados ao sector terciário, principalmente na cidade de Maputo, onde se concentram mais de 45 por cento do total de instituições do ensino técnico no país.

‘’Há necessidade de equilibrar o ensino tendo em conta a demanda do mercado, entre  2014 a 2015 foram formadas 633,971 pessoas no país, sendo mais de 76 por cento pelas instituições privadas. O Plano Quinquenal do Governo prevê formar ainda neste quinquénio  694.085 pessoas no ensino técnico profissional no país’’, acrescentou Pitersburgo.

Esta necessidade monetária apresentada pelo MCTESTP surge no quadro da implementação de profundas reformas no ensino técnico profissional em Moçambique, aprovado no passado dia 10 do mês em curso pela Assembleia da República (AR) o parlamento moçambicano.

Jeremias Chemane (JC)             

ENSINO TÉCNICO PROFESSIONAL SUBMETIDO À REFORMA RADICAL


MCTESTP CRIA ANEP PARA REFORMAR ENSINO TÉCNICO PROFESSIONAL NO PAÍS
  
Maputo, 16 Mar (AIM) – O Ministério da Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico Professional (MCTESTP), anunciou hoje, em Maputo, a criação de uma entidade, denominada Autoridade Nacional de Educação Professional (ANEP) com vista a implementar profundas mudanças no ensino técnico-profissional e regular a sua gestão em Moçambique.

A informação foi tornada pública durante um seminário que contou com a presença de diversos empresários, potenciais empregadores, que tomaram conhecimento que o grande objectivo da ANEP é zelar por todas as instituições públicas e privadas que ministram o ensino técnico profissional.

A reforma prevê muitas diretrizes, entre as quais, a introdução de novos módulos de certificação dos formandos, a eliminação dos cursos em detrimento de qualificações, a eliminação das disciplinas para a entrada Unidades de Competência Padrão (UCP).

O MCTESTP prevê ainda a criação de um Sistema Nacional de Educação Professional (SNEP) que vai possibilitar que apenas a ANEP emita os certificados de habilitações para todas as instituições de formação profissional do país, ou seja, as escolas e centros de formação não terão mais autoridade para certificar os formandos. Para a obtenção do certificado de habilitações literárias os estudantes deverão passar por um teste ao nível da ANEP. 

A direcção do ANEP será composta por membros do governo, através dos Ministérios do Trabalho, Emprego e Segurança Social (MITESS) e MCTESTP, sindicatos de empresários e sociedade civil.

Falando durante o seminário o mais alto quadro do MCTESTP, Jorge Nhambiu, sublinhou que o governo tem vindo a efectuar uma profunda restruturação do ensino técnico-profissional, com vista a integração de componentes indispensáveis como integração, coerência e flexibilidade.

‘’O nosso objectivo é direcionar o nosso ensino profissional com vista a responder a demanda do mercado, ou seja, queremos ter um currículo de formação técnica que garanta a empregabilidade dos formandos, garanta que os jovens não se formem em cursos que não tenham nenhuma mais valia’’, explicou o ministro.

‘’a ligacao entre a educação profissional e a industria é vista como principal garantia de uma fomacao de qualidade e relevância. Não se circunscreve apenas ao desenho curricular, mas, também, ao processo de definição de prioridades e estratégias para assegurar o alinhamento das ofertas formativas com a realidade do mundo laboral, em particular, e da economia nacional, como um todo’’, acrescentou Nhambiu.

O dirigente sublinhou ainda que varias plataformas, de ordem legal, já foram estabelecidas para a implementação das reformas do ensino técnico profissional no país.

Por seu turno, o vice presidente das Confederações Económicas de Moçambique (CTA), Rui Monteiro, manifestou a sua satisfação com o novo modelo, afirmando que poderá responder equilibradamente a demanda de recursos humanos por parte das entidades empregadoras.

‘’Temos uma demanda crescente de recursos humanos no país, os actuais perfis curriculares não respodem a esta crescente necessidade do mercado. Esta nova ferramenta poderá trazer esta resposta  que o sector empresarial tanto anseia. Por isso, estamos envolvidos no processo, em coordenação com o governo’’, asseverou Monteiro.  

Moçambique conta actualmente com mais de 160 escolas de formação técnico profissional distribuídos por todo o país, embora, 45 por cento estejam concentradas na cidade de Maputo.

Jeremias Chemane (JC)

SOBE NÚMERO DE FAMÍLIAS ASSOLADAS PELAS CALAMIDADES NATURAIS NA PROVÍNCIA DE MAPUTO


 



SOBE NÚMERO DE FAMÍLIAS ASSOLADAS PELAS CALAMIDADES NATURAIS NA PROVÍNCIA DE MAPUTO
O número de vítimas da seca e estiagem na província de Maputo tem vindo a aumentar, são contabilizadas, actualmente, cerca de 5.300 famílias afectadas, o correspondente a cerca de 26.500 pessoas em situação de vulnerabilidade e carentes de ajuda urgente.

A estatística actual indica ainda que de todas as regiões afectadas, o destaque vai para os distritos de Magude, com um total de 6.017 pessoas carenciadas, seguido por Manhiça, com 6 mil,  Namaacha, 5158, Matutuine 4.200, Moamba 3.625 e Boane com mais de 1500 pessoas.

Esta informação foi disponibilizada hoje, durante uma visita efectuada pela primeira-dama da república de Moçambique, Isaura Nyusi, ao distrito de Boane, com vista a oferecer um donativo de cerca de 30 toneladas de alimentos e produtos diversos às comunidades daquela parcela do país e se inteirar dos estragos causados por este fenómeno calamitoso, que foi agravado pelo vendaval ocorrido há 20 de Fevereiro passado.

O vendaval de que se fala, de acordo com o governo local destruiu, matou e desalojou diversas famílias de Boane de um modo só visto há cerca de 20 anos.         

‘’Como resultado deste vendaval, o distrito de Boane registou 7 óbitos, 18 feridos graves e 60 ligeiros, perfazendo um total de 87 danos humanos. Ficaram destruídas totalmente 795 casas e outras 828 ficaram parcialmente destruídas, afectando 821 pessoas e criando vulnerabilidade em 424 famílias’’, disse Claudina Mazalo, secretária permanente da província de Maputo. 

Mazalo acrescentou ainda que ao nível do distrito de Boane cinco bairros foram tidos como os mais críticos, nomeadamente, Mahanhane, Saldanha, 25 de Junho, Mahubo-10 e Marien N’guabi.

‘’Estes cinco foram os que mais sofreram ao nível do município mas devemos recordar que os distritos de Namaacha, particularmente nos povoados de Goba, Michangule, Mahelane e Matutuine também foram bastante assolados’’, acrescentou a secretária.

Os estragos em Boane, ainda de acordo com Mazalo, foram além dos danos humanos, pois, ‘’até o momento foram perdidos 55.207 hectares de terra com culturas diversas, destacando-se o milho, amendoim, feijões e cerca de duas mil cabeças de gado bovino, mortos em quase todos os pontos da província com excepção da cidade da Matola’’.

Contudo, algumas medidas estão sendo implementadas em coordenação com o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) como forma de minimizar os efeitos calamitosos, entre elas, a distribuição de água nas zonas mais críticas através de camiões cisternas e angariação de donativos por entidades públicas e privadas, com destaque para o gabinete da primeira-dama.  

Aliás, este donativo oferecido por Nyusi, de acordo com o delegado do INGC na província de Maputo, Rocha Novunga, a proposta inicial é de reverter 75 por cento dos produtos a favor das comunidades de Boane e o remanescente para outros pontos da província.

‘’A proposta é canalizar 75 por cento dos produtos para aqui em Boane, a minha proposta é nesse sentido pois penso que há uma necessidade de se fazer distribuições significativas às familias, oferecer produtos que eles possam usar por um tempo’’, explicou o delegado.

Novunga aproveitou ainda para frisar que o INGC não está parado, tem estado a disponibilizar, na medida do possível, as comunidades a ajuda necessária para que estas normalizem suas vidas.

‘’Foram feitas intervenções iniciais em três bairros considerados críticos, efectuamos a distribuição de tendas às pessoas que perderam as suas casas em consequência do vendaval, continuamos neste processo a envidar esforços para que a vida das populações se estabilize’’, sublinhou o delegado.

Nesta senda, a esposa do presidente preferiu, mais do que dados, observar alguns casos de pessoas  afectadas pelo vendaval e pela seca, tendo por isso visitado três bairros daquele distrito, nomeadamente, 25 de Junho, Lumbelo e Marien N’guabi. 

No local, Nyusi observou in loco a crítica situação das vítimas, com destaque para os idosos que, tendo perdido tudo, não tem mais forças para a reposição dos danos causados. 

Um dos exemplos a citar é Luís Isac Novunga que, com 94 anos de idade, padece de cegueira e o único filho que com ele mora é mudo, o que impossibilita quase que totalmente a comunicação entre ambos. Este idoso, que já se ressentia pela seca e estiagem chegou ao cúmulo da desgraça quando perdeu a sua humilde residência em consequência do vendaval. Mergulhado no desespero, viu na visita da primeira-dama uma luz no fundo do túnel, eis que desatou a rogar ajuda.

‘’Senhora primeira-dama, mãe do povo, agradecemos a sua visita, uma visita que nos enche de conforto, perdi a minha casa e neste momento estou a viver de arranjos, agradeço o donativo que nos está a oferecer. Queria pedir ainda que me ajude com a casa, a minha humilde casa’’, suplicou Novunga.

Em resposta, Isaura Nyusi, pediu, não só a Novunga, mas a todas as vítimas das intempéries, muita coragem e crença de que tudo vai melhorar, ‘’hoje estamos a trazer um pequeno apoio, não basta, mas acreditamos que poderá ajudar a minimizar algumas necessidades’’.

Para Nyusi, há necessidade de ‘’convergir todas as acções de combate a fome e a pobreza, que vão desde a produção agrícola, com destaque para culturas tolerantes, criação de animais de pequena espécie, aquacultura, processamento e comercialização de produtos agrícolas, acesso a rede de equipamentos sociais e segurança para as zonas rurais’’.

Neste momento toda a região sul do país está a mercê de uma seca severa, os campos estão secos, em consequência do fenómeno El Ninõ, desde a primeira época agrícola de 2015 a chuva tem sido uma raridade, os regadios, como é o caso do Limpopo, na província de Gaza, estão a abastecer com apenas 25 por cento da sua capacidade normal, pois estão praticamente secos.

O curioso é que, enquanto na região sul as famílias clamam pela chuva, na região norte as cheias estão a criar pânico e a deixar milhares de pessoas em situação de insegurança alimentar. Dados oficiais indicam a morte de pelo menos 17 pessoas e mais de 3.500 casas destruídas. 

Espera-se que, ao nível da região norte, este seja o ultimo mês a apresentar esta drástica situação de queda pluviométrica anormal, que chega atingir 75 milímetros em apenas 24 horas.

Jeremias Chemane (JC)

terça-feira, 15 de março de 2016

PRIMEIRA-DAMA ENTREGA CERCA DE 30 TONELADAS DE ALIMENTOS ÀS VÍTIMAS DAS CHEIAS



 
PRIMEIRA-DAMA ENTREGA CERCA DE 30 TONELADAS DE ALIMENTOS ÀS VÍTIMAS DAS CHEIAS


Boane – A primeira-dama da República de Moçambique, Isaura Nyusi, entregou hoje, em Boane, província de Maputo, um donativo de cerca de 30 toneladas de alimentos e outros produtos de primeira necessidade às famílias vulnerabilizadas pela seca e pelo vendaval que no passado dia 20 de Fevereiro destruiu varias casas de construção precária naquele ponto do país.

O rol de produtos inclui 12,5 toneladas de arroz, 12,3 toneladas de farinha de milho, 50 colchões, 50 caixas de bolachas, quantidades não especificadas de óleo alimentar, sabão, sal, açúcar e outros. 
   
A doação é resultado da parceria do gabinete da primeira-dama e várias empresas solidárias nacionais, nomeadamente, Companhia Industrial da Matola, Prosport, Africa Comunication, Espuma Moçambique, Grupo Maq, BCI e tantas outros, que se sentiram sensibilizadas com a situação da população de Boane. 

Falando durante um encontro mantido com a população local, Isaura Nyusi encorajou as famílias assoladas a arranjarem mecanismos para a restruturação das suas vidas e tentarem seguir em frente.

‘’Sabemos que se encontram numa situação vulnerável que torna ainda mais difícil a vossa vida, mas apelamos a vossa coragem, o vosso comprometimento neste processo de restauração das vossas vidas. O apoio que damos não é o bastante, mas acreditamos que poderá ajudar a minimizar as vossas necessidades’’, disse Nyusi.

A esposa do Estadista moçambicano enalteceu o esforço das entidades governamentais e privadas que se tem unido para a procura de soluções urgentes e emergentes para mitigar esta crise gerada pelo efeito catastrófico das calamidades naturais, mas apelou à gestão eficiente dos recursos ainda disponíveis. 

‘’Apelamos ao governo distrital, as lideranças comunitárias e a comunidade em geral, para a maior preservação da nossa tradição e espirito crescente de trabalho, conservação dos excedentes agrícolas, preservação e fertilização dos solos e outras formas de rentabilização e aumento de produção e produtividade’’, disse a primeira-dama, tendo acrescentado ainda que ‘’é tempo de agir com maior rapidez’’.

Nyusi terminou a sua intervenção reforçando a ideia de que o gesto de solidariedade demonstrado pelso parceiros é sinonimo da disposição que estes têm para ajudar, materialmente, moralmente e psicologicamente às vítimas.  

Por seu turno, o presidente do município de Boane, presente na ocasião, Jacinto Loureiro, agradeceu, em nome da população daquela parcela do país, o gesto da primeira-dama e parceiros, tendo dito que será de grande serventia para os visados.

‘’Este gesto é sinonimo de que no seu coração realmente cabemos todos. É a terceira vez que a senhora primeira-dama nos honra com a sua visita a Boane e isso nos encoraja de facto a seguirmos em frente, a não deixarmos que as intempéries nos tirem a esperança. Uma vez mais este gesto mostra o seu comprometimento com o povo’’, disse Loureiro.

Uma das beneficiárias do donativo é Amelia Novunga, uma idosa que viu a sua residência completamente destruída no forte vendável de Fevereiro último, que agradece e pede mais.

‘’Agradeço imenso o que me foi oferecido, perdi tudo na sequência do vendaval, espero que mais acções sejam levadas a cabo pelo governo e parceiros para me ajudar a ultrapassar esta minha difícil situação, como veem eu e a minha família estamos agora a morar nas tendas que nos foram oferecidas e não temos condições para a reposição da nossa humilde casa’’, explicou Novunga.    

Boane é um dos pontos do país que mais sofre pela situação da seca e estiagem, estima-se que um total de 47 comunidades foram directamente afectadas com a seca e toda a primeira época agrícola foi perdida. Neste momento o governo está a envidar esforços para pelo menos garantir sucesso na segunda.

Jeremias Chemane (JC)