quarta-feira, 10 de junho de 2015

MOÇAMBIQUE É O SEGUNDO PAÍS COM MAIOR IGUALDADE DE GÉNERO NA SADC



MOÇAMBIQUE É O SEGUNDO PAÍS COM MAIOR IGUALDADE DE GÉNERO NA SADC 

Maputo, 10 Jun  – Moçambique é o segundo país da Comunidade para o Desenvolvimento da Africa Austral (SADC) com maior número de mulheres no parlamento, com aproximadamente cem deputadas, perdendo apenas para a Africa do Sul, segundo as estatísticas do Protocolo Regional Sobre o Género em Acção.

Este número representa cerca de 38,2 por cento de mulheres no parlamento moçambicano. A África do Sul prevê estabelecer até o fim do presente ano uma paridade plena de género no maior órgão legislativo daquele país na ordem de 50 por cento de deputados para ambos os sexos. 

A informação foi tornada pública hoje, pela presidente dos assuntos sociais de género e tecnologias da Assembleia da República (AR), Conceita Surtino, durante a III cimeira nacional sobre o género, que decorre em Maputo. 

Surtino, que participava em representação ao governo moçambicano, afirmou que desde o período pós-independência até esta parte, os órgãos legislativos do país tem impulsionado consideravelmente a igualdade de género no país, através da criação de leis que colocam o homem e a mulher em pé de igualdade.

‘’Desde o pós-independência a presença da mulher foi tomada como sendo de extrema importância no sector legislativo nacional, em particular para a AR que, como sabemos, é o maior órgão legislativo do país’’, disse.    

Disse ainda que a AR assegura a maior participação das mulheres no parlamento através do sistema de quotas, ou seja, por via de lugares reservados exclusivamente para as mulheres, o que tem assegurado notavelmente a participação política das mesmas.

Na ocasião, foi chamada a intervir a primeira vice-presidente do Fórum Mulher em Moçambique, Teresinha da Silva, que disse na ocasião que a forma de pensar das mulheres difere da dos homens e por esse motivo os órgãos de decisão deveriam estabelecer uma paridade entre os dois géneros para garantir a dualidade de ideias.

‘’As mulheres pensam diferente dos homens, por isso trazem ideias diferentes, daí a necessidade de igualar o poder de decisão em 50 por cento para ambos os sexos’’, afirmou Teresinha.      
   
A mesma lamentou ainda o facto de as mulheres serem pouco mencionadas nos manifestos dos partidos políticos nacionais tendo afirmado que ‘’mesmo quando os manifestos afectam directamente e maioritariamente as mulheres, como é o caso da saúde, são pouco ou nunca citadas’’.   

Em África, a Namíbia é o único país em que as mulheres assumem a maioria dos lugares nos órgãos legislativos e executivos, com cerca de 60 por cento.

Jeremias Chemane (JC)

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