MALEIANE APELA A MEDIDAS DE SEGURANÇA NO PROCESSO DE INCLUSÃO
FINANCEIRA
Adriano Maleiane em discurso |
Maputo, 17 Mai – O ministro da economia e finanças,
Adriano Maleiane, defende a criação de leis para a protecção e educação do cidadão
no processo efectivo da inclusão financeira em Moçambique como forma de aliar o
desenvolvimento económico aos direitos e deveres do consumidor.
Maleiane, que falava hoje em Maputo, durante um simpósio
organizado pelo Banco de Moçambique (BM), versando sobre a inclusão financeira
e crescimento económico do país, asseverou que o governo tem vindo a tomar
medidas e estratégias para acelerar o acesso seguro aos produtos
financeiros à população, com maior destaque para a comunidade rural que se tem
mostrado mais fragilizada.
‘’A análise da temática sobre inclusão financeira
remete-nos também para a reflexão da protecção do consumidor financeiro e educação
financeira. O governo e o próprio Banco Central têm vindo a tomar medidas
adicionais e estratégicas para acelerar ainda mais o processo de expansão dos
operadores financeiros pelo país e deste modo, promover o rápido e maior acesso
aos serviços e produtos para a população, que maioritariamente reside nas zonas
rurais’’. Explicou Maleiane.
Disse ainda que a realização de encontros com os
diferentes representantes de países regionais e com os que fazem parte da
rede global da Aliança para a Inclusão Financeira (AFI), que Moçambique faz também
parte, visa colher as mais diversas contribuições e experiências para a elaboração
de melhores estratégias de inclusão financeira no país.
O governador do BM, Ernesto Gove, disse durante o
encontro que a sua instituição está a alargar a base de acesso dos serviços
financeiros no país, tendo em conta que o processo é prioritário para a dinamização
da capacidade produtiva e elevação da economia, numa perspectiva sustentável e
inclusiva.
‘’O presente simpósio está no contexto estratégico
do alargamento da base de acesso dos serviços financeiros, sobretudo da
nossa população adulta desprovida destes serviços. A inclusão financeira
constitui um desiderato fundamental e prioritário que dinamiza a intermediação
financeira e por conseguinte a capacidade produtiva da economia, numa perspectiva
sustentável e inclusiva’’.
Alfred Hanning proferindo o seu discurso, da esquerda a direita: Ernesto Gove e Adriano Maleiane |
Na sua intervenção, o director executivo da AFI,
Alfred Hanning, agradeceu a iniciativa do Banco de Moçambique e afirmou que é a
primeira vez que um país membro da AFI realiza um simpósio sobre a inclusão
financeira com participantes de diferentes quadrantes para um debate mais
abrangente.
‘’Agradecemos a iniciativa do Banco de Moçambique,
achamos que está é uma grande oportunidade que temos, como direcção da AFI,
para partilharmos as nossas ideias com os demais países sobre matérias
ligadas a inclusão financeira’’. Disse.
Hanning defendeu o apoio às pequenas e médias empresas
(PME’s) para a criação de mais emprego e consequente crescimento económico,
como forma de melhorar a qualidade de vida da população.
‘’O financiamento às PME’s tem um grande impacto no
crescimento da taxa de emprego e melhoria de vida das populações.’’
Disse ainda que as pessoas mais pobres são as que mais
conseguem gerir melhor as suas economias, Investindo na alimentação e educação apesar
dos poucos recursos financeiros que dispõem, pelo que, essa consciência de
poupança deveria também se reflectir em todas as classes sociais.
Composicao do Plenario |
Refira-se que a realização deste encontro, que contou
com a presença de vários governadores e administradores de diferentes bancos africanos,
enquadra-se no ritmo das festividades dos 40 anos do Banco de Moçambique
iniciadas a cerca de um mês.
Jeremias Chemane (JC)
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