domingo, 6 de dezembro de 2015

POBREZA MONETÁRIA NÃO PODE DIMINUIR COM CONTÍNUA SUBIDA DO CABAZ



POBREZA MONETÁRIA NÃO PODE DIMINUIR COM CONTÍNUA SUBIDA DO CABAZ 

A contínua depreciação do metical, aliada ao baixo nível de exportação e com o elevado índice de importação dos produtos básicos alimentares, num País onde 80 por cento da população sobrevive com base na agricultura para o auto-sustento sem muitas perspetivas de comercialização do excedente, são vistos, pelas Nações Unidas, como os principais factores que condicionam a difícil reversão do gráfico indicador da pobreza monetária em Moçambique.    

O economista representante das Nações Unidas (ONU-Wider) ao nível da Africa, Finn Tarp, defendeu, esta sexta feira, em Maputo, no Grande Fórum de Debate, Mozefo, que em Moçambique  a pobreza monetária é um dilema crónico, pois o cabaz alimentar da população ainda não vai ao encontro daquilo que são as  possibilidades de compra.         

"A pobreza monetária não pode diminuir enquanto o custo do cabaz sobe, sobem os preços mas não sobem os salários, então, a mesma pessoa que comprava três quilos de arroz ontem, hoje compra dois porque o preço subiu mas o seu poder de compra continua o mesmo".  

Para Tarp, existem sectores que merecem uma especial atenção quando o assunto é investimento, com destaque para a agricultura, por ser um campo que mais do que dinheiro garante o desenvolvimento humano.

Os níveis de pobreza no País são pouco conhecidos e os indicadores não têm sido alterados desde 2008, ou seja, desde essa época, até esta parte, não se elaborou nenhum estudo exaustivo que indique realmente qual é o nível de pobreza em Moçambique. "Todos que dizem que a pobreza aumentou ou diminuiu baseiam-se em meras observações pessoais".   

"É necessário aumentar a quantidade e a qualidade do investimento que se tem vindo a fazer no campo agrícola pois a agricultura garante, mais do que outros aspectos, o desenvolvimento humano e é uma forma muito viável de inclusão porque com a garantia de uma alimentação condigna para todos pode reduzir significativamente o nível de desnutrição ainda observados no País". Disse Tarp.

O economista lembra ainda que ao se apostar na agricultura é necessário diversificar a produção tendo como contexto a região onde se vai produzir.

É certo que em Moçambique se está a investir, mas o investimento, de acordo com Tarp, ainda não está a conseguir agregar valor a economia do País, pois, não tem estado a gerar consideráveis postos de trabalho.

"Há muitos investimentos, mas criam poucos empregos, não ajudam na criação de mais postos de trabalho e isso não ajuda na inclusão. Muitas vezes isso acontece porque as empresas chegam no País com a sua massa laboral quase que completamente composta", explicou.

Contudo, Tarp sublinha que os passos dados pelo governo para reverter o cenário são significativos e devem ser incentivados, pois, o país está na lista das dez economias mais crescentes ao nível mundial, com cerca de sete por cento de crescimento anual, de acordo com os dados do Banco mundial.

"Não é altura de concluir que nada foi feito, é altura de incentivar a criação de novas propostas e parabenizar o governo pelo caminho andado, pois, vemos um País cada vez mais forte e com altas perspetivas de desenvolvimento.         

O Grande Fórum Mozefo é uma plataforma de debate criada pelo grupo de media 'Soico', que juntou, durante três dias, de dois a quatro do corrente mês, mais de 1.000 participantes, entre eles antigos e actuais dirigentes de diferentes instituições estatais e privadas, fazedores da arte e académicos nacionais e estrangeiros.

Jeremias Chemane (JC)

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

SITUAÇÃO CAMBIAL OBRIGA LIMITE DE TRANSAÇÕES NO EXTERIOR



SITUAÇÃO CAMBIAL OBRIGA LIMITE DE TRANSAÇÕES NO EXTERIOR    

Maputo, 01 de Dez (AIM) – O Banco de Moçambique (BM) anunciou esta segunda-feira, em Maputo, que pretende estabelecer limites de utilização dos cartões de débito e de crédito no exterior, como forma de conter a pressão cambial exercida sobre o mercado cambial com a desvalorização da moeda nacional, o metical.    

De acordo com o Governador do Banco Central, Ernesto Gove, estas medidas de contenção cambial são sobremaneira aplicadas nas moedas mais transacionadas no país, com grande influência na balança de pagamentos, com destaque para o dólar americano e o rand sul-africano.

 "Do lado cambial serão estabelecidos limites de utilização de cartões de débito e de crédito no exterior, devendo os bancos comerciais serem instruídos para trabalhar com vista a ajustar as suas plataformas informáticas em função da nova modalidade", afirma Gove.

A medida que incide para os moçambicanos que fazem compras ou pagam serviços no estrangeiro, através dos seus cartões, sem qualquer restrição ou limite de gastos obrigando desta forma que o país esteja constantemente a drenar divisas para o exterior.

De acordo com o jornal "Noticias" este cenário acontece numa altura em que a balança de pagamentos de Moçambique estava a recuperar da situação deficitária crónica que se vinha registando nos últimos anos em função de uma conjuntura interna e internacionais favoráveis.

“É um momento excepcional em que precisamos de tomar algumas medidas para ajustarmos as nossas expectativas e o funcionamento dos mercados”, reitera o governador. 

Com os mesmos objectivos, o Banco Central compromete-se ainda a reforçar a supervisão bancária, assegurando que a lei cambial em vigor em Moçambique seja estritamente observada.

Mesmo perante este quadro desfavorável, Ernesto Gove disse não haver razões para o desespero, na medida em que os fundamentos macro-económicos não estão abalados, ou seja os principais motores da economia moçambicana continuam estáveis. 

Gove afasta a possibilidade de fixação de taxas de câmbio administrativas, que haviam sido propostas pelo sector privado como medida para minimizar o impacto das flutuações das taxas de câmbio na importação de bens e serviços, argumentando que tal medida não seria benéfica para a economia, pois “Podemos incorrer à uma situação em que acabamos tendo dinheiro mas sem produtos, e isso já aconteceu no passado. Uma medida do género provoca a híper-inflação". 

"O que necessitamos é resolver o problema actual global e sectorialmente, através de uma conjugação de esforços entre o Governo, o Banco Central e o sector privado, de forma a sermos mais competitivos na região e no mundo, aproveitando a nossa localização geográfica estratégica”, afirmou Gove. 

Estas medidas são tomadas numa altura em que o dólar americano oscila entre os 55 e 57 meticais, e o rand sul-africano custa cerca de 4 meticais com previsão de subida. Muitos economistas nacionais defendem que no primeiro trimestre do próximo ano a tendência será de agravamento da depreciação do metical, o que poderá fazer com que estas moedas apreciem ainda mais.

Jeremias Chemane (JC)

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

SAÚDE É PRINCIPAL PREMISSA PARA PAZ



SAÚDE É PRINCIPAL PREMISSA PARA PAZ

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 Por: Jeremias Chemane, em Manhiça

Manhiça, 25 de Nov (AIM) – O Presidente da República, Filipe Nyusi, declarou esta quarta-feira, no distrito da Manhiça, província de Maputo, que o seu governo tem como uma das principais diretrizes de atuação o sector da saúde, por entender que a paz só é concebível através do bem-estar da população, para o desenvolvimento do capital humano.    

De acordo com Nyusi, que falava durante uma visita presidencial efectuada ao Centro de Investigação em Saúde da Manhiça (CISM), a saúde é de extrema importância para a garantia da paz efectiva, dai que mais do que outros assuntos, este é o tema que devia caracterizar a esfera de debate no seio dos moçambicanos.

"A saúde é a nossa prioridade, temos estado a investir muito tempo a falar sobre a paz, mas a maior paz é a vida, ninguém pode falar da paz enquanto a vida não existir, então, se a paz é a vida, a saúde é muito importante, por isso não podemos nos distrair", sublinhou o PR.

Nyusi acrescenta ainda que a melhor forma de perpetuar a paz é ajudando o próximo, uma premissa que o CISM, tem estado a segui taxativamente através das suas pesquisas que muito ajudam o sistema nacional de saúde reduzindo os acentuados níveis de mortalidade no país.

"Há necessidade de multiplicar os centros de investigação científica no país, não só no sector da saúde, mas em todos os campos de desenvolvimento, como forma de garantir maior solvência dos principais males que enfermam os moçambicanos, nomeadamente, a fome, a seca e as doenças", acrescentou Nyusi.
   
Como termo, o PR agradeceu a Cooperação Espanhola pelo apoio dado para o estabelecimento dessa unidade científica, afirmando que os resultados que nela são obtidos vão de encontro com a realidade e as necessidades do país.

Por seu turno, o director geral do CISM acredita que o apoio e o incentivo dado pelo presidente da republica servem de motivação para os trabalhadores, pelo que, continuarão firmes no desenvolvimento dos seus estudos, não só para apoiar os moçambicanos, mas também para contribuir na melhoria da saúde das pessoas no geral.

"Este tipo de visita é sempre um estímulo para o trabalhador, não só para o corpo directivo, mas para todo o trabalhador de saúde, este incentivo é muito importante para nós e serve para percebermos que afinal não estamos sozinhos, estamos com o apoio do país e por isso continuaremos a dar o nosso melhor nas pesquisas e vamos apoiar, com os resultados, o nosso sistema nacional de saúde como forma de ajuda-los a tomar as melhores decisões", disse o director.

Actualmente, o centro está focado nos estudos relacionados a eficácia dos medicamentos antirretrovirais, pois, segundo Macete, perto de 24 por cento dos doentes que aderem ao tratamento antirretroviral não registam melhorias e acabam por sucumbir pelo vírus.           

Mas, neste período do ano o principal objecto de estudo é a Malaria e muito recentemente um passo histórico na luta contra esta doença foi dado pelo CISM em cooperação com o Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGlobal), descobrindo a vacina contra a malária, denominada Mosquirix TM, conhecida também pelo seu nome científico RTS,S/AS01, autorizada pela Organização Mundial de saúde.

O CISM foi criado em 1996 com o objectivo de impulsionar e conduzir as investigações biomédicas em áreas prioritárias de saúde em Moçambique e desde a sua fundação, o Centro desenvolveu-se seguindo a orientação de um Programa de Cooperação Bilateral entre os Governos de Moçambique e de Espanha com o apoio do Hospital Clínic da Universitat de Barcelona, Espanha.

(AIM)
 

terça-feira, 24 de novembro de 2015

POR APROXIMAÇÃO DA ÉPOCA NATALÍCIA, BIM E CMCM INCENTIVAM REAPROVEITAMENTO DO LIXO



POR APROXIMAÇÃO DA ÉPOCA NATALÍCIA, BIM E CMCM INCENTIVAM REAPROVEITAMENTO DO LIXO



O Banco comercial, Millennium BIM, e o Conselho Municipal da Cidade de Maputo (CMCM), por aproximação das festividades do natal e fim de ano, envolveram, por cerca de um mês, perto de 300 crianças, de diversas escolas, e artistas plásticos da Cidade de Maputo no reaproveitamento e recolha de resíduos sólidos, com destaque para o plástico, para a elaboração de obras artísticas diversas como forma de incentivar a contínua campanha de protecção ambiental desencadeada na urbe.

Numa cerimónia, ocorrida esta terça-feira, que contou com a vereadora para a área de mercados e feiras da Cidade de Maputo, Orlanda Fonseca, e o Director de Marketing e comunicação do BIM, Gonçalo Morreira, mais de sete mil garrafas plásticas foram reaproveitadas para o invento de objectos diversos, com destaque para a criação de uma árvore de natal reciclável de 6 metros, na qual foram empilhadas perto de seis mil.

Através do financiamento do Millennium BIM foram oferecidos um total de 11 baldes de lixo ao espaço da Feira de Gastronomia e Artesanato de Maputo (FEIMA) á seis artistas plásticos param uma recriação artisticamente elaborada com mensagens de proteção ambiental e de paz, como forma de atrair os munícipes a aderirem às campanhas de limpeza perpetuadas na urbe.  

Na ocasião, Maria Barboa, responsável pela acção social no BIM, disse que esta atitude visa incentivar a massificação das campanhas de saneamento do meio em Maputo, uma vez, que a cidade tem sofrido varias agressões ambientais através do mau cuidado tido com o lixo.

"É uma forma de incentivar a limpeza da urbe e apoiarmos o município com as campanhas de reciclagem que tem levado a cabo, pois, temos observado que na nossa cidade estão espalhados diversos resíduos sólidos e que devemos ser nós a limpar, como forma de torna-la mais acolhedora e sobretudo limpa", afirmou Barbosa.

Na ocasião a vereadora aproveitou para chamar atenção aos munícipes e agradecer ao BIM pelo apoio dado, afirmando que a empresa tem estado a prestar positivamente a responsabilidade social na capital Moçambicana, e não só.

"É uma grande satisfação estar presente nesta cerimonia e comtemplar a beleza artística feita com base nos resíduos sólidos, estamos a ver que até o lixo, afinal é mais do que lixo, pode muito bem ser aproveitado para outros fins, então esta é uma iniciativa que também deve incentivar os outros a nela participarem com vista a tornar a nossa cidade cada vez mais limpa e ao BIM temos é que agradecer pelo apoio prestado e pelas acções de responsabilidade social que tem vindo a prestar na nossa urbe".

Neyde Cesar, uma das crianças envolvidas na campanha de reciclagem é da opinião que este tipo de acções para além de muito divertidas, são também importantes para a limpeza da cidade, por isso, deveriam ser de caracter permanente e não só em épocas natalícias.

"Gostei da nossa árvore de natal e dos nossos vasos, são bonitos e são divertidos de fazer, por isso gostaríamos de fazer mais vezes, da forma como aprendi posso usar as garrafas que tenho em casa e fazer alguns vasos, deveriam todas as pessoas fazer isso também, pra não ter que deitar fora e aumentar o lixo", apelou a menor.

No seu programa de acção social, denominado "Uma Cidade Limpa para Mim", iniciado em 2007 o BIM já conseguiu a participação de mais de 11 mil alunos de diferentes escolas primárias e secundarias em campanhas de saneamento do meio, ao nível da Cidade de Maputo, Matola, Vilanculos e Tete, e prevê continuar a abranger mais intervenientes nos próximos anos como forma de incutir na população bons hábitos de limpeza e conservação ambiental.                                   

Jeremias Chemane (JC)

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

BIM ESTABELECE PARCERIAS DE DESENVOLVIMENTO COM CORREIOS DE MOÇAMBIQUE


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 BIM ESTABELECE PARCERIAS DE DESENVOLVIMENTO COM CORREIOS DE MOÇAMBIQUE

O banco comercial, Millennium BIM e os Correios de Moçambique, rubricaram hoje, em Maputo, um memorando de entendimento para o estabelecimento duma parceria exclusiva com vista a disponibilizar, nas suas agências, produtos e serviços bancários, tendo como objectivo promover a bancarização e inclusão financeira das populações mediante a integração de balcões ou implementação de serviços da Banca.

Esta parceria beneficia os correios com uma reforma estrutural e funcional nas suas sucursais distribuídas pelo país que neste momento encontram-se destruídas em consequência da guerra dos 16 anos que envolveu o governo de Moçambique e o antigo movimento rebelde, a Renamo.

O acordo, que concede exclusividade ao Millennium BIM, foi rubricado pelo Presidente  do Conselho de Administração do BIM, Rui Fonseca e o seu homologo dos Correios de Moçambique, Valdemar  Jossen, na presença do ministro dos transportes e comunicações Carlos Mesquita, que na ocasião teria manifestado a sua satisfação com a parceria entre as duas empresas.

"Consideramos estratégica e inteligente esta parceria entre as duas empresas. Uma parceria que acontece num momento histórico do país, por estar a completar os seus 40 anos com enormes desafios que mostram que os moçambicanos estão abertos para o desenvolvimento", disse Mesquita.

O ministro agradeceu ainda ao BIM pela aposta que faz para a reforma das infraestruturas dos Correios de Moçambique e pela visão que este banco tem tido na dianteira do processo de inclusão financeira incentivado pelo Banco Central.

Por seu turno o PCA do Millennium BIM acredita que esta parceria exclusiva poderá trazer benefícios significativos para ambas as partes pois, " o BIM pode sair a ganhar no diz respeito a maior inclusão financeira e expansão da sua rede bancaria que actualmente é a maior do país, e os correios podem ganhar com a reforma do seu património infraestrutural distribuído pelo país adentro". 

Enquanto que o PCA dos Correios de Moçambique acredita que as mais valias são significativas para os correios de Moçambique, pois estas reformas poderão permitir a recuperação de vários empreendimentos que se encontram actualmente sem as mínimas condições de uso.
"Com estas reformas poderemos garantir que os nossos clientes possam chegar aos nossos estabelecimentos, afim de qualquer serviço, e sejam prestados os serviços com a maior comodidade possível. O que também pode recuperar a hegemonia da nossa empresa como transportador postal", disse Jossen.

A assinatura deste memorando enquadra-se no plano de negócios dos Correios de Moçambique, 2015 – 2019 que prevê reformar e melhorar as condições infraestruturais do seu património dentro deste período.  

Estas reformas poderão solucionar a problemática de desuso de maioria das infraestruturas dos correios de Moçambique, que actualmente, do universo dos seus empreendimentos, um total de 120, apenas 30 estão em condições de uso.

Jeremias Chemane (JC)