DAVIZ SIMANGO EXIGE MAIOR
INDEPENDÊNCIA DOS TRIBUNAIS
Nampula
(Moçambique), 31 Ago (AIM) O Presidente do segundo maior partido da oposição
no país, Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Daviz Simango, lançou hoje
no Estádio 25 de Junho na cidade de Nampula a campanha da sua formação política
para as eleições gerais de 15 de Outubro exigindo uma maior independência dos
tribunais e pedindo o voto dos presentes.
Esta é a primeira vez que o MDM concorre nos 13 círculos eleitorais
moçambicanos, pois na eleições gerais de 2009 apenas disputou quatro, nomeadamente
cidade de Maputo, Inhambane (sul), Sofala (centro) e Niassa (norte) depois de a
Comissão Nacional de Eleições (CNE) ter detectado irregularidades na
candidatura do partido liderado por Simango.
O Presidente do MDM, que se fazia acompanhar de sua esposa, desembarcou no
aeroporto de Nampula quando eram cerca de 14 horas locais, tendo desfilado por
algumas artérias daquela urbe.
Durante o comício, iniciou o seu discurso revelando aquilo que ele o seu
partido se propõem a fazer caso ganhem as eleições.
Queremos uma nação de inclusão, uma nação de desenvolvimento, uma nação de
liberdade , uma nação de justiça e uma nação de solidariedade, disse Simango.
Na ocasião, ele atacou o discurso da Frelimo, partido no poder no país e seu
rival político, afirmando que volvidos 39 anos após a independência nacional os
moçambicanos continuam pobres.
Contam-nos histórias de combate a pobreza absoluta. Estas histórias continuam
a falhar. O que nós assistimos é um grupo de moçambicanos com riqueza absoluta
e, por isso, o país está como conhecemos. A miséria e a desgraça cada vez mais,
as nossas crianças sentam-se no chão mas todos os dias troncos e troncos de
madeira estão a sair de Moçambique.
Por isso, Simango defende uma maior independência dos tribunais de forma a
melhor combater a corrupção no país.
Para o efeito, o Presidente do MDM defende a necessidade de se reduzir os
poderes que o Chefe do Estado tem, porque passa a vida a nomear o juiz que deve
julgar o corrupto enquanto ele é corrupto.
Durante o comício também disse que o seu partido defende a paz e democracia que
são os pilares para a consolidação de um estado de direito.
Prometeu ainda lutar para um maior desenvolvimento económico de Moçambique e
criar oportunidades de emprego, sobretudo para a camada jovem.
Aproveitou a oportunidade para apelar aos seus membros e simpatizantes para
afluírem em massa no dia da votação, 15 de Outubro.
É interessante notar que dos três partidos com assento parlamentar a Frelimo e
o MDM, decidiram lançar a campanha na mesma província e cidade. Pouco menos de
um quilómetro era a distância que separava o lançamento oficial da campanha de
ambos os partidos.
A Renamo, por seu turno, decidiu lançar oficialmente na cidade de Quelimane,
capital da província central da Zambézia, o segundo maior círculo eleitoral de
Moçambique, depois de Nampula. Aliás, Nampula e Zambézia possuem um total
combinado de 92 mandatos para a Assembleia da República, de um total de 250.
Esta coincidência não é surpreendente tendo em conta que Nampula e Zambézia
poderão influenciar sobremaneira o curso de qualquer eleição no país.
(AIM)
Sg/